Ocupação responsável e colaborativa

Entrevista com Miguel Galvão / Infinu Comunidade Criativa

(Matéria publicada no Correio Braziliense, coluna Marcas&Negócios, em 17/7/21)

Criativo, inovador e sustentável. Assim é o espaço Infinu Comunidade Criativa, empreendimento múltiplo e colaborativo localizado no coração de Brasília. Inaugurado em 2020, em plena pandemia do novo coronavírus, mas idealizado em 2017 por Miguel Galvão – em meio às discussões em torno da revitalização da W3 Sul – , o complexo na 506 Sul reúne, em um só lugar, lojas para lá de charmosas, oferece opções de gastronomia, moda e design, além de espaços de coworking e música.

São mais de 70 marcas que ocupam os três andares dos mais de 400m2 do empreendimento. Há, ainda uma área externa, entre os blocos A e B, com entrada para a W2, onde é possível ocupar uma das mesas disponíveis para trabalhar, usando o wi-fi disponibilizado gratuitamente pelo Infinu; saborear os pratos oferecidos pelos parceiros gastronômicos; ou acompanhar os eventos culturais que rotineiramente acontecem no local.

Miguel é o idealizador do Infinu Comunidade Colaborativa. Foto: Raquel Camargo

Personagem conhecido na cidade pelo projeto Picnik, Miguel Galvão conta, em três perguntas, um pouco mais sobre a iniciativa. Confira:

Com qual missão surge o Infinu?

Contribuir com o desenvolvimento de comunidade criativa e empreendedora embasada nos princípios da nova economia: colaborativa, cooperativa, compartilhada, socioambientalmente responsável.

E como nasceu a ideia?

Surgiu em 2017, ao sentir as reverberações de outro projeto do qual faço parte, o PicniK. Percebemos a necessidade de desenvolver uma nova plataforma, na qual o contato com o público acontecesse mais regularmente, não apenas quatro vezes por ano (periodicidade do evento), para que tivéssemos oportunidade de desenvolver dia a dia a cultura e os princípios que norteiam nosso trabalho, plantando sementes mais prósperas de um futuro mais equilibrado e saudável. Se, há nove anos, quando o PicniK nasceu, o desafio era despertar cumplicidade da população e levar, de maneira autossuficiente, atividades criativas e produtivas para os espaços públicos – até então, notoriamente subutilizados, – entendemos que, no momento, o movimento oportuno é usar essas atividades para dinamizar a ocupação dos vazios urbanos de Brasília. É como o que acontece em regiões importantes, onde a vacância chega a 40% das áreas disponíveis, como no caso do Setor Comercial Sul, do Setor de Diversões Sul e da W3.

Qual a maior motivação para ocupar um espaço na tradicional W3 Sul?

Escolhemos a via porque ela se aproxima mais da estética com que estamos acostumados a lidar e por enxergar nela uma menor resistência do público, sobretudo familiar. Claro, toda essa ideia de revitalizar a W3 no horizonte ajudou também. Achamos o movimento muito inteligente por focar esforços em uma estrutura já instalada e muito bem localizada, porém, visivelmente subutilizada. No entanto, entendemos que é importante fazer isso por meio de negócios ou iniciativas que tenham DNA vinculados à nova economia e que respirem inovação, criatividade. É o caso de nossa comunidade e de outros negócios que torcemos para que venham para a avenida também.

Comunidade criativa e empreendedora no coração da W3 Sul. Foto: Rafael Holanda

Serviço

Infinu Comunidade Criativa

Endereço: 506 Sul, bloco A

Estrutura: oito lojas, uma mercearia com 20 produtores locais, uma loja colaborativa com 30 marcas diferentes, estúdio de tatuagem compartilhado por quatro tatuadoras mulheres, dois salões de beleza e quatro escritórios.

Funcionamento: de terça-feira a domingo, das 10h às 22h.

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