W3 sul ganha shopping das carnes

Matéria publicada no Correio Braziliense em 13 de junho de 2021. Por Samantha Sallum

Nova loja da rede na 506 Sul

Da série “o que a W3 Sul tem de bom”, a coluna traz novidades. Os moradores do Plano Piloto não precisam mais se deslocar até Taguatinga para comprar carnes de qualidade por um bom preço. Na 506 Sul, foi inaugurado na semana passada o que está sendo chamado de shopping das carnes. Um espaço de 2 mil m², com estacionamento interno para clientes, que marca o reposicionamento no mercado da Sobradinho Carnes.

A empresa é sucesso há 15 anos na cidade que leva o nome e também em Taguatinga e Planaltina. Sempre atraiu moradores de outros locais para essas regiões pela variedade que oferece. Mas agora a proposta vai além de um simples açougue. O investimento em tecnologia, serviços e produtos exclusivos, e em atendimento personalizado, tornou a loja ainda mais agradável para os clientes, que já encontravam valores mais acessíveis. E lá também se encontra tudo que é necessário para um churrasco completo, de farofa às bebidas. 

Os irmãos Ricardo e Marcelo Furtado estão à frente do negócio familiar

Família de pioneiros

À frente da marca, estão os irmãos Ricardo e Marcelo Furtado, que conhecem profundamente toda a cadeia produtiva do negócio. Os dois têm formação em administração de empresas, mas um se especializou em nutrição e o outro em gastronomia.

O avô veio do Ceará em 1957 para Brasília e abriu o Frigorífico Paranoá, um dos primeiros da nova capital. O pai tinha um açougue em Sobradinho, e os filhos fizeram o negócio crescer mais. Ao todo, geram 350 empregos diretos.

Espaço Gourmet e Sommelier

A nova loja tem um ambiente especial, o Espaço Gourmet, com forno, fogão e churrasqueira para realizar cursos sobre o melhor preparo das carnes. Os funcionários são capacitados para orientar os clientes com as características de cada corte e ajudar na escolha mais apropriada de consumo.

Marcelo e Ricardo tiveram a ideia também de disponibilizar um sommelier de carnes, para oferecer um atendimento mais personalizado.

Fresca por mais de 20 dias

A tecnologia usada para conservar a carne fresca com textura, cor e sabor é outro diferencial da empresa. É possível manter as peças por até 28 dias. Em condições ideais, por 40, com o mesmo frescor.

A Sobradinho Carnes é a única a utilizar a técnica no DF de envasamento. Eles acompanham também de perto todas as etapas da produção, da criação do gado, engorda e abate até os cortes das peças e a distribuição.

“Eliminamos o atravessador. Assim, temos a garantia da origem de qualidade do nosso produto e o principal, com menor preço”, explica Ricardo.

Sobre a escolha da W3, contam que querem participar da revitalização da avenida. “Esse lugar é simbólico, representa muito o comércio de rua que está vivo,sim”, diz Ricardo. “E em Brasília não existe um açougue como o nosso”, completa Marcelo.

Ocupação responsável e colaborativa

Entrevista com Miguel Galvão / Infinu Comunidade Criativa

(Matéria publicada no Correio Braziliense, coluna Marcas&Negócios, em 17/7/21)

Criativo, inovador e sustentável. Assim é o espaço Infinu Comunidade Criativa, empreendimento múltiplo e colaborativo localizado no coração de Brasília. Inaugurado em 2020, em plena pandemia do novo coronavírus, mas idealizado em 2017 por Miguel Galvão – em meio às discussões em torno da revitalização da W3 Sul – , o complexo na 506 Sul reúne, em um só lugar, lojas para lá de charmosas, oferece opções de gastronomia, moda e design, além de espaços de coworking e música.

São mais de 70 marcas que ocupam os três andares dos mais de 400m2 do empreendimento. Há, ainda uma área externa, entre os blocos A e B, com entrada para a W2, onde é possível ocupar uma das mesas disponíveis para trabalhar, usando o wi-fi disponibilizado gratuitamente pelo Infinu; saborear os pratos oferecidos pelos parceiros gastronômicos; ou acompanhar os eventos culturais que rotineiramente acontecem no local.

Miguel é o idealizador do Infinu Comunidade Colaborativa. Foto: Raquel Camargo

Personagem conhecido na cidade pelo projeto Picnik, Miguel Galvão conta, em três perguntas, um pouco mais sobre a iniciativa. Confira:

Com qual missão surge o Infinu?

Contribuir com o desenvolvimento de comunidade criativa e empreendedora embasada nos princípios da nova economia: colaborativa, cooperativa, compartilhada, socioambientalmente responsável.

E como nasceu a ideia?

Surgiu em 2017, ao sentir as reverberações de outro projeto do qual faço parte, o PicniK. Percebemos a necessidade de desenvolver uma nova plataforma, na qual o contato com o público acontecesse mais regularmente, não apenas quatro vezes por ano (periodicidade do evento), para que tivéssemos oportunidade de desenvolver dia a dia a cultura e os princípios que norteiam nosso trabalho, plantando sementes mais prósperas de um futuro mais equilibrado e saudável. Se, há nove anos, quando o PicniK nasceu, o desafio era despertar cumplicidade da população e levar, de maneira autossuficiente, atividades criativas e produtivas para os espaços públicos – até então, notoriamente subutilizados, – entendemos que, no momento, o movimento oportuno é usar essas atividades para dinamizar a ocupação dos vazios urbanos de Brasília. É como o que acontece em regiões importantes, onde a vacância chega a 40% das áreas disponíveis, como no caso do Setor Comercial Sul, do Setor de Diversões Sul e da W3.

Qual a maior motivação para ocupar um espaço na tradicional W3 Sul?

Escolhemos a via porque ela se aproxima mais da estética com que estamos acostumados a lidar e por enxergar nela uma menor resistência do público, sobretudo familiar. Claro, toda essa ideia de revitalizar a W3 no horizonte ajudou também. Achamos o movimento muito inteligente por focar esforços em uma estrutura já instalada e muito bem localizada, porém, visivelmente subutilizada. No entanto, entendemos que é importante fazer isso por meio de negócios ou iniciativas que tenham DNA vinculados à nova economia e que respirem inovação, criatividade. É o caso de nossa comunidade e de outros negócios que torcemos para que venham para a avenida também.

Comunidade criativa e empreendedora no coração da W3 Sul. Foto: Rafael Holanda

Serviço

Infinu Comunidade Criativa

Endereço: 506 Sul, bloco A

Estrutura: oito lojas, uma mercearia com 20 produtores locais, uma loja colaborativa com 30 marcas diferentes, estúdio de tatuagem compartilhado por quatro tatuadoras mulheres, dois salões de beleza e quatro escritórios.

Funcionamento: de terça-feira a domingo, das 10h às 22h.

Slaviero: do Paraná para Brasília

O paranaense Fioravante Slaviero, filho de imigrantes italianos, foi o fundador de uma próspera madeireira chamada F. Slaviero + Filhos, que ficava em Irati, no Paraná. Após a morte de Fioravante, em 1956, seus filhos decidiram ampliar os negócios abrindo uma filial da empresa na capital que ainda estava em construção. O ano era 1958.

Loja F. Slaviero + Filhos na Cidade Livre em 1958

O negócio prosperou e, em 1964, a família Slaviero construiu um prédio na 505 Sul para abrigar novas empresas: um magazine, um supermercado e uma concessionária Ford para atender a crescente demanda por caminhões F-1000 e jipes Willys na capital.

Construção do prédio da 505 sul em 1963. Foto: família Slaviero

A loja se tornou uma das principais de Brasília durante o período áureo da W3 Sul, vendendo eletrodomésticos, brinquedos, roupas, artigos de cama, mesa e banho e muito mais. O Papai Noel da Slaviero ficou famoso e atraía muitas crianças em uma época que os shoppings ainda não existiam na cidade.  

Papai Noel da Slaviero em 1968. Foto: Virgínia Toscano
Anúncio da loja Slaviero veiculado em 1971

Atualmente, apenas a concessionária está ativa em Brasília, funcionando no mesmo prédio da 505 Sul. Mas o Grupo Slaviero continua forte no Paraná, ainda comandado pelos descendentes de Fioravante.

Concessionária Slaviero em 2019

A história da Solomaq

A Solomaq – Sociedade Locadora de Máquinas – foi inaugurada em 1962, no SIA, como uma empresa de locação de máquinas para construção civil. Seu fundador, o engenheiro Cláudio Sant’Anna, estava em Brasília desde antes da inauguração e fora o responsável pela construção de vários edifícios públicos e prédios residenciais no Plano Piloto. Inclusive o primeiro deles: o bloco D da 106 Sul, inaugurado pelo próprio Juscelino Kubitschek em 1959.

O presidente JK nas obras do bloco D da 106 Sul, o primeiro prédio residencial de Brasília

Pouco tempo depois, a Solomaq começou a vender barcos (o Rio Araguaia se mostrava uma boa fonte de negócios) e motos Vespa, que estavam na moda naquela época. Mas encontrou, mesmo, uma grande oportunidade comercial ao abrir um amplo espaço na 504 Sul, dessa vez como uma loja de departamentos que vendia eletrodomésticos, brinquedos, artigos de cama, mesa e banho e até motos Honda, sendo seu primeiro revendedor em Brasília. Havia, também, uma filial da Solomaq em Taguatinga.

Solomaq foi uma tradicional loja da 504 Sul

A Solomaq encerrou suas atividades em meados dos anos 70 e foi um dos estabelecimentos marcantes do auge da W3 Sul como principal centro de compras da cidade.